Com exceção da microaspersão, todos os outros sistemas de irrigação podem ser utilizados para o cultivo do algodão.
Segundo o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e doutor em Engenharia Agrícola, João Henrique Zonta, os sistemas de irrigação localizada, como gotejamento e gotejamento subsuperficial apresentam a vantagem de terem maior economia de água, além disso não molham a parte aérea da planta, minimizando a incidência de doenças foliares.
“Esses sistemas são muito recomendados para regiões onde a disponibilidade hídrica não é abundante”, explica o pesquisador.
Já os sistemas como o Pivot Central, apesar de apresentarem uma maior demanda de água e menor eficiência de irrigação para algodão, são os mais apropriados para grandes áreas, devido a facilidade de instalação e manejo.
“Independente do sistema a ser adotado, o ideal é que o produtor faça um estudo da sua área (tipo de solo, topografia, tamanho da área, disponibilidade e qualidade da água, clima, mão de obra disponível) de modo a optar pelo sistema mais adequado para sua condição”, sugere Zonta.
O pesquisador indica também que o tipo de algodão - convencional, transgênico, colorido, orgânico, fibra longa - não exercerá diferença quanto ao sistema de irrigação a ser utilizado.
Na verdade, pode existir alguma diferença no manejo da irrigação para algodão em função do ciclo da cultura. “Alguns materiais específicos, como o colorido e o fibra longa apresentam ciclo mais tardio, e assim necessitam ser irrigados por um período maior de tempo”, explica.
Qual a quantidade ideal de água para a irrigação?
A necessidade hídrica do algodão apresenta algumas variações em função do clima da região e do ciclo da cultura, como sugere Zonta:
“Em regiões com temperaturas elevadas, umidade relativa do ar baixa, alta insolação e alta velocidade do vento (caso da região nordeste), a evapotranspiração da cultura é mais elevada. Assim, a necessidade de água da cultura do algodão durante seu ciclo varia entre 600 e 700 mm bem distribuídos durante o ciclo”.
Segundo o pesquisador, na fase inicial, a demanda de água da cultura gira em torno de 2 mm/dia, vai se elevando até alcançar valores entre 6 e 9 mm/dia na fase de florescimento e enchimento das maçãs, e decresce para valores em torno de 2 a 3 mm por dia após a abertura das maçãs até o encerramento do ciclo.
Esses valores podem ser usados como referência para a dimensionamento de sistemas de irrigação para algodoeiro. Porém, Zonta explica que para o correto manejo da irrigação, o ideal é que o produtor utilize algum método e/ou equipamento para determinar a demanda de água da cultura ao longo do ciclo.
“Tal ação evita perdas de produtividade e qualidade da fibra decorrentes do déficit hídrico ou do desperdício de água e energia pela aplicação em excesso, elevando o custo de produção”, finaliza.
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