Os principais desafios que o Brasil enfrenta para pôr em prática a Agricultura 4.0 (em referência à Indústria 4.0, baseada na produção digital) são a limitação de comunicação e infraestrutura existente. E a inserção de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) no setor agropecuário tem sido lenta, se comparada a outros segmentos da economia como a indústria e o setor financeiro e bancário. Quem avalia é a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá.
O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) está adotando algumas iniciativas, e com elas, espera-se que até 2017 mais satélites possam aumentar o alcance da banda larga, além de baratear o serviço para os domicílios rurais. Isso se justifica, pois tendências indicam que o setor agropecuário demandará novas TICs para gestão de dados, informações e conhecimentos em todas as etapas da cadeia produtiva em uma nova infraestrutura onde os mundos físico e digital estão totalmente interconectados. Afinal, a busca pela otimização no uso dos recursos naturais e insumos fará com que a fazenda do futuro seja massivamente monitorada e automatizada.
A dificuldade para acessar a internet ainda é um dos limitantes para o avanço dos aplicativos móveis no meio rural
Outro grande desafio é produzir e promover o uso de produtos digitais, tendo como base o que existe de melhor em tecnologia agropecuária e falando a linguagem do campo. Capacitar e preparar as novas gerações do homem do campo para a Agricultura 4.0. E para atingir esse público disperso que, muitas vezes, encontra-se em regiões afastadas, uma das principais medidas é promover a expansão do serviço de banda larga no campo tornando-o rentável tanto para os provedores quanto para os consumidores. Para tanto é necessário o incentivo de sua expansão, por meio de políticas públicas, visando massificar a banda larga rural.
Bons exemplos
Silvia comenta ainda que a Embrapa Informática Agropecuária dispõe duas ferramentas: o aplicativo Roda da Produção e a plataforma colaborativa virtual denominada Conexão Agrotic. O primeiro foi desenvolvido em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste no âmbito do Programa Balde Cheio e pretende oferecer suporte à tomada de decisão em propriedades produtoras de leite.
Com essas informações a respeito do estágio produtivo e reprodutivo de cada animal, é possível a visualização do plantel como um todo, permitindo ao usuário a identificação de prováveis incorreções, e seus respectivos ajustes, por meio da interferência no manejo e sanidade do rebanho.
A segunda ferramenta, é resultado de uma parceria da Embrapa Informática Agropecuária, em parceria com a Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), a fim de conectar os atores envolvidos no desenvolvimento e no uso dos produtos de TIC para a agricultura. O objetivo desta parceria é apoiar estudos de prospecção tecnológica TIC para a agricultura, considerando demandas de pesquisa e oportunidades de mercado, integrando a inovação agropecuária e os segmentos públicos e privados interessadas nesta temática.
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